Há tratamento?
Sim, há tratamentos disponíveis para a DMI, embora eles variem dependendo do tipo de DMI (seca ou húmida) e do estadio da doença.
Os tratamentos visam principalmente atrasar a progressão da doença e preservar a visão existente, pois não há cura definitiva para a DMI.
Tratamento para DMI Seca (Atrófica)
A atrofia geográfica (AG) é uma forma avançada de degenerescência macular da idade seca, onde áreas da retina, especificamente o epitélio pigmentar da retina (EPR) e fotorreceptores, degeneram gradualmente, levando à perda da visão. Embora não haja cura completa para a AG, avanços recentes trouxeram novos tratamentos destinados a atrasar sua progressão e controlar os sintomas. Aqui estão os principais tratamentos e estratégias para controlar a atrofia geográfica:
Tratamentos aprovados pela FDA, nos Estados Unidos da América (ainda não aprovados na Europa)
Recentemente, alguns tratamentos especificamente concebidos para a AG foram aprovados ou estão em desenvolvimento. O Pegcetacoplano e o Avacincaptad Pegol são os atualmente aprovados nos EUA e são administrados através de injeções intravitreas regulares. O tratamento não reverte as lesões já causadas, mas demonstrou eficácia em atrasar o crescimento da atrofia geográfica.
Suplementos (Fórmula AREDS2)
Embora os suplementos não tratem diretamente a atrofia geográfica, eles são recomendados para ajudar a prevenir a progressão da DMI em seus estadios iniciais e podem oferecer algum benefício protetor para pacientes com AG.
- Fórmula AREDS2: Uma combinação específica de vitaminas e minerais, baseada nos Estudos de Doenças Oculares Relacionadas à Idade (AREDS e AREDS2), pode atrasar a progressão da DMI seca. A fórmula normalmente inclui: Vitamina C, Vitamina E, Zinco, Cobre, Luteína e Zeaxantina
- Estes suplementos ajudam a reduzir o stress oxidativo na retina, que se pensa desempenhar um papel na progressão da DMI.
Auxiliares de Baixa Visão e Reabilitação
- Auxílios de baixa visão: Pacientes com AG muitas vezes experimentam perda de visão central, mas mantêm a visão periférica. Dispositivos e auxiliares como lupas, lentes especiais e dispositivos eletrónicos podem ajudar a facilitar a leitura, a condução e outras atividades diárias.
- Reabilitação da visão: Programas especializados de reabilitação podem ensinar pessoas com AG a maximizar o uso de sua visão restante. As técnicas podem incluir treinar o cérebro para usar a visão periférica de forma mais eficaz.
Terapias emergentes e investigação
Numerosos tratamentos para a atrofia geográfica estão atualmente sob investigação. Embora ainda não estejam disponíveis, estes tratamentos experimentais estão a revelar-se promissores:
- Terapia Genética: Os investigadores estão a explorar terapias genéticas destinadas a modificar os componentes genéticos envolvidos na progressão da atrofia geográfica.
- Terapia com “stem-cells”: Os tratamentos com “stem-cells” visam regenerar células danificadas da retina em pacientes com AG. Estas terapias ainda estão em fase experimental, mas têm potencial para tratamento futuro.
- Agentes neuroprotetores: Estes medicamentos visam proteger as células da retina da degenerescência e podem ser uma via futura para o tratamento da AG.
- Medicamentos orais e tópicos: Os ensaios estão em curso para medicamentos que podem ser tomados por via oral ou aplicados topicamente, potencialmente oferecendo opções de tratamento mais convenientes para AG.
Tratamento para DMI húmida (Exsudativa)
A DMI exsudativa é menos comum, mas mais agressiva e pode causar perda de visão rápida. Ela é causada pelo crescimento de vasos sanguíneos anormais sob a retina, que podem libertar fluido ou sangue, levando a uma perda de visão rápida e grave. O seu tratamento visa parar ou atrasar o crescimento desses vasos anormais para prevenir as lesões da mácula.
Existem tratamentos eficazes que podem preservar a visão e, em alguns casos, melhorá-la. As opções de tratamento são mais variadas e incluem:
Injeções Intra-vitreas com anti-VEGF (tratamento de primeira linha)
A terapia anti-VEGF (fator de crescimento endotelial vascular) é o tratamento mais comum e eficaz para a DMI húmida ou exsudativa. O VEGF é uma proteína que estimula o crescimento de vasos sanguíneos anormais na retina. Os medicamentos anti-VEGF bloqueiam esta proteína, reduzindo o crescimento destes vasos e prevenindo fugas. As opções de tratamento atualmente disponíveis são: Ranibizumab, Aflibercept, Bevacizumab, Brolucizumab e Faricimab.
Estes tratamentos são injetados diretamente no olho (injeção intravítrea) por um oftalmologista. O procedimento é relativamente rápido e realizado em regime de ambulatório com anestesia local para minimizar o desconforto.
As injeções são geralmente administradas mensalmente no início e, à medida que a condição estabiliza, a frequência das injeções pode ser reduzida alargando o intervalo dos tratamentos.
Terapia Fotodinâmica (TFD)
A terapia fotodinâmica era mais comumente usada antes do desenvolvimento de tratamentos anti-VEGF e agora é geralmente um tratamento de segunda linha ou usado em combinação com terapia anti-VEGF para certos casos.
Como funciona:
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- Uma droga sensível à luz (verteporfina) é injetada em uma veia no braço, que viaja para os vasos sanguíneos anormais na retina.
- Um laser frio é então brilhado no olho, ativando a droga, que destrói seletivamente os vasos sanguíneos anormais sem danificar o tecido saudável da retina circundante.
Terapias emergentes e experimentais
Vários tratamentos experimentais estão sendo estudados para DMI húmida, alguns dos quais podem oferecer efeitos mais duradouros ou exigir menos injeções:
Terapia Genética:
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- Pesquisas estão em curso para desenvolver terapias génicas que poderiam potencialmente fornecer supressão a longo prazo do VEGF, reduzindo a necessidade de injeções frequentes.
- Uma abordagem envolve a entrega de um gene ao olho que instrui as células a produzir uma proteína anti-VEGF continuamente.
Port Delivery System (PDS):
O PDS é um reservatório implantado cirurgicamente que proporciona uma libertação lenta e contínua de medicação anti-VEGF ao longo do tempo. Foi concebido para reduzir a frequência das injeções e melhorar a consistência do tratamento.
Medicamentos orais e tópicos:
Pesquisas estão em curso para desenvolver tratamentos orais ou tópicos que visam ao mesmo efeito terapêutico que os medicamentos anti-VEGF. Estes podem fornecer opções mais convenientes para os pacientes, se se comprovar a eficácia.
Conclusão
O tratamento principal para a DMI húmida são as injeções intravitreas de anti-VEGF, que são altamente eficazes na preservação da visão e na redução do crescimento de vasos sanguíneos anormais. Outros tratamentos como terapia fotodinâmica podem ser usados em casos específicos ou em combinação com injeções. O acompanhamento regular com um oftalmologista é crucial para monitorizar a doença e ajustar o tratamento conforme necessário